Envolto em notícias sobre o suicídio de Aleister Crowley, deparamo-nos com Fernando Pessoa no Martinho da Arcada.
Um início de recuperação, entre o presente e o ausente. Alguém e uma memória. A curta-metragem surge como uma exploração acerca do surgimento do Outro, que pode ser o monstruoso, o estrangeiro, o estranho a si-mesmo. Noções como a representação do rosto como território em devir, o monstro que surge para que se possa pensar o humano, ou a pele como possível fronteira entre o mesmo e o outro. A personagem de “Scratch” tem uma inquietação, algo que o faz sentir-se nu e isolado. Na escuridão. Numa escuridão confortável até um evento repentino revelar inquietação. Continuando na confortável escuridão, o corpo da personagem passa a projetar sombra, uma sombra que revela cenários, silhuetas. O rosto da personagem, espelho da sua identidade pessoal para o mundo exterior, em consequência da inquietação torna-se mutável
Um galo canta ao longe. Um homem inicia muito calmamente o seu atarefado e mágico dia. Parece estar a preparar algo para alguém! Quem será!?
MAGISTER leva-nos por uma viagem de acesso restrito. De um ponto de vista muito intimista, acompanha-se o trabalho do encenador na construção de uma peça de teatro. O que realmente existe para além desta forma de arte? Quando o pano se levanta e emerge uma peça de teatro, deixámos a nossa realidade para mergulhar numa outra. Esta nova realidade parece-nos natural. Um conjunto de pessoas que, mais do que contar uma estória, vivem-na, experiênciam-na em directo. Mas o teatro, assim como em muitas outras formas artísticas, tem um nível muito maior de profundidade. O que realmente existe para além de uma peça? Com este documentário pretende-se escapar ao tradicional “Making off” e oferecer ao espectador uma visão intimista sobre o tudo aquilo que não se tem acesso quando se vai ao teatro. Entramos numa dimensão paralela onde vemos o nascer e crescer de uma peça de teatro, onde os actores e encenador estão expostos. Onde o real se transforma em falso e o falso se transforma em real.
Salva tinha o dom de sentir a vida da natureza percorrer-lhe o corpo. Vivia na Floresta do outro lado do rio com Ábia sua mãe e era feliz, até ao dia em que a sua vida mudou. Os homens e mulheres da aldeia obrigaram-na a assistir à queima de sua mãe acusada de Bruxaria. Anos mais tarde o medo que os aldeões tinham à sua mãe é o mesmo que os move contra ela.
Personagens metafóricas cruzam-se numa história contada através dos gestos, dos corpos e dos lugares. A vida, do princípio ao fim. E o grande conflito que atravessa este percurso é o da aterragem sempre incompleta: a aterragem que não será afinal mais do que a chegada a um estado de coisas, a uma imobilidade definitiva. É o eterno conflito entre o arrebatamento das paixões e a aspiração oculta à serenidade, ao equilíbrio, ao conformismo e à morte.
Criado em torno das esculturas do acervo do Museu Internacional de Escultura Contemporânea - MIEC, e com uma narrativa distópica, “Entre Sonhos” é construído em um contexto de luta pela sobrevivência humana no planeta Terra, em que o livre arbítrio da maioria dos seres humanos é substituído pelo “direito de vontade” instituído por um pequeno grupo, e comunicado a cada indivíduo por uma voz gerada em um sistema algorítmico.